Praticantes de atividade física e atletas buscam, constantemente, associar ao treinamento estratégias nutricionais que possam garantir uma composição corporal adequada e, ao mesmo tempo, potencializar a performance esportiva. Diante disso, no dia a dia, adere-se a diversos tipos de dietas, sendo a cetogênica uma delas, que foi avaliada como um recurso interessante para garantir benefícios à saúde, redução da gordura corporal e potencialização das respostas adaptativas específicas das células musculares.
Uma dieta cetogênica é caracterizada por alta quantidade de lipídeos, moderada em proteínas e pobre em carboidratos, em torno de 20 a 50 gramas/dia. O principal papel das dietas cetogênicas é induzir um estado de cetose fisiológica – que exerce efeito metabólico no organismo humano em diferentes condições. Segundo metanálise publicada em 2015, a dieta cetogênica pode ser efetiva na redução de gordura corporal sem provocar perda excessiva de massa muscular. Diversos estudos demonstram que a manipulação de carboidratos da dieta e o aumento da ingestão de lipídeos podem aumentar a oxidação de tecido adiposo e estimular a biogênese mitocondrial, potencializando a performance esportiva em exercícios de endurance.
Um estudo publicado com ginastas de 21 anos que seguiram uma dieta cetogênica, por um período de 30 dias, demonstrou uma redução de aproximadamente 2 quilos de gordura sem causar alterações na força e massa muscular. Outro estudo, com atletas de Taekwondo, avaliou os efeitos de 3 semanas de dieta cetogênica e treinamento na perda de peso, desempenho esportivo e sobre os marcadores inflamatórios. Um grupo consumiu diariamente 22 gramas de carboidratos, em torno de 4,3% do valor calórico total (VCT), e outro grupo consumiu em torno de 40% desse macronutriente no VCT. De acordo com os resultados, os atletas que realizaram a dieta cetogênica, com baixo carboidrato, apresentaram melhora na capacidade aeróbia e na sensação de fadiga e menor produção de TNF-alfa.
Frente a esses resultados apresentados em estudos científicos, sugere-se que a ingestão adequada de proteína, em torno de 1,2 a 1,7 grama/kg/dia, é de grande importância para garantir a síntese proteica e a gliconeogênese, com isso, evitando a perda de peso.
REFERÊNCIAS
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